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Conferência da 56ª SBPC aborda a prática do futebol entre os índios Bororo
Estudo é base da pesquisa de qualificação docente de Beleni Grando, professora da Unemat
Conferência da 56ª SBPC aborda a prática do futebol entre os índios Bororo
24/07/2004 12:05:08
por Coordenadoria de Comunicação Social

Na manhã desta sexta-feira (23/07), no auditório do CCET a palestra de Belini Grando analisou o tema Corpo, Educação e Identidade: Relações de Fronteira, encerrando o ciclo de conferências e mini-cursos do Colégio Brasileiro de Ciência do Esporte na 56ª SBPC, na UFMT.

Doutora na área de Educação e professora da Unemat no campus universitário de Cáceres, Beleni apresentou alguns aspectos de seus estudos com os indígenas de Bororo em Meruri (MT), base de sua pesquisa de doutorado.

Um trabalho que se traduz no esforço de compreender de forma adequada as relações interculturais nas práticas corporais dos Bororo, que desde o começo do século passado têm contato com os salesianos.

De acordo com Beleni, uma proposta de educação de fronteira implica a utilização de conhecimentos universais adaptados e novas técnicas corporais. Ela estudou a prática do futebol entre os Bororo e diz que por meio dele os adultos transferem seus conhecimentos e valores aos jovens índios. “O futebol é sobretudo uma atividade de interação da comunidade, onde se transmitem regras de conduta e comportamento”, observa.

A pesquisadora acrescenta ainda que a lógica dada ao futebol pelos índios Bororo é bem peculiar e sofre mudanças de acordo com o que define como relações de fronteira. “Quando o time dos Bororo enfrenta um time de não índios a partida tem um significado diferente daquele existente ao jogarem entre si ou com um time de outra comunidade indígena”, esclarece.

A professora participa da próxima etapa intensiva do projeto 3º Grau Indígena no campus universitário de Barra do Bugres, uma parceria entre Unemat e Seduc. Ela avalia que o trabalho com a educação física é uma oportunidade de criar um espaço de diálogo com os saberes que se encontram nas fronteiras do conhecimento. “As relações são cercadas por conflitos e preconceitos que podem ser superados com o entendimento histórico e cultural dos povos indígenas. O corpo é construído e possui significados que quando compreendidos permitem um convívio melhor”, disse Belini, num auditório lotado e com educadores do MT e de todo País.

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